Queria-me aleijar se não se importassem...

Este texto que em seguida vos mostro tem vindo a marinar na caldeirada que é o meu cérebro há já alguns anos...
E pensais vós, chii deve ser mesmo bom, como o vinho do Porto envelhecido em casco de carvalho. Mas para não variar estão enganados, é mau, ou melhor é péssimo, mais ou menos, como aquela peça de fruta que nos esquecemos na mochila da escolinha e que fica a envelhecer(leia-se apodrecer) durante as férias de verão, o que leva a que a nossa casa tenha um leve aroma a decomposição aquando do nosso regresso daquela quinzena bem passada lá prós lados da Rechousa(sim, eu sei que ninguém no seu perfeito juízo vai de férias para a Rechousa, mas o que é que querem, sempre quis escrever repetidamente e de forma extremamente irritante, a palavra Rechousa num texto que nada tivesse a ver com a Rechousa, não que eu tenha nada contra a Rechousa,).
Já para começar, o próprio título não é grande coisa, fazendo antever só por si uma crónica muito fraquinha.
Agora que penso nisso se calhar até era melhor vocês não a lerem. É, é capaz de ser melhor, mudem lá de site.
Não ouviram??? É melhor irem embora...
Ai!!!!
Bazem!
Xô!
Olha, parecem parvos... Não estão a ouvir???
OK agora eu é que fui um bocado parvo porque logicamente vocês não estão a ouvir, permitam-me que reformule:
Olha, parecem parvos... Não estão a ler???
Não, assim perde aquele impacto... Se me permitirem a imprecisão:
Olha, parecem parvos... Não estão a ouvir???
Agora a sério, eu estou a avisar que é melhor mudarem.
Ai é assim que querem? Por mim tudo bem, mas não digam que eu não avisei...


Queria-me aleijar se não se importassem...

Vou-vos contar agora um pequeno episódio que me aconteceu há algum tempo atrás:
Ia eu no carro com um tio, fora das fronteiras do mui nobre reino de Gondómar, quando fomos mandados parar por um senhor que se assemelhava ao Pai Natal, tendo um frondoso bigode branco, umas bochechas coradas e aquela barriguinha proeminente que todos nós conhecemos tão bem, mas ao à medida que nos aproximamos da figura, foi possível observar também algumas diferenças como, o fato que em vês do típico vermelho,era sim de um tom mais esverdeado, também o trenó era um pouco tunning(com umas sirenes e luzes em cima), mas talvez o facto que mais o distinguia fosse aquele hálitozinho a maduro tinto. Acabei por perceber, que se tratava não do pai natal mas sim do coelhinho da páscoa, não enganei-vos, era um sr guarda da GNR, que nos mandava parar para dizer:
"Boa noite Xor Condutor, com que então sem Xinto hã??? Bou ter que autuar"
Seguiu-se uma pequena discussão entre o agente e o meu tio que acabou felizmente em bem, tendo o sr agente perdoado a multa visto que lhe faziam falta um espremedor de laranjas e um ferro eléctrico que o meu tio por acaso tinha na mala do carro.(Já vos disse que as iniciais do meu tio são Major V.L.?)
Bem, toda esta situação me pôs a pensar numa forma de opressão que a sociedade exerce sobre nós e que pouca gente repara, ou finge não reparar.
Meus amigos, a nossa sociedade está a privar-nos desse direito básico que é aleijar-nos quando nos apetece.
Já repararam a quantidade de leis que existem com a única finalidade de impedir o acto de auto-aleijação?
Para os que não repararam vou agora mencionar algumas delas, os restantes podem avançar as próximas 4 linhas.
-Obrigatório o uso de cinto de segurança;
-Proibido atravessar as linhas de metro a pé;
-Proibido atravessar a estrada fora da passadeira;
-...
Os gajos até se dão ao luxo de ilegalizar o suicídio.
Ora tudo isto fez-me questionar, porquê essa obsessão em manter-nos seguros? Porque algumas destas leis ainda são explicáveis, como é o caso da que se refere à linha do metro, porque se pode danificar o metro e eles parecendo que não, ainda são caros, mas as restantes são inexplicáveis...
Só me resta então concluir que se trata de uma conspiração dos nossos governantes que tem por objectivo manter-nos vivos o maior tempo possível de forma a que possamos votar na canção portuguesa, a ver se algum dia ganhamos o festival da Eurovisão. Por isso peço-vos meus amigos vamo-nos insurgir contra o sistema. Juntem-se a mim nesta luta pelo direito à aleijação.

GONDOMAR!!! GONDOMAR!!! GONDOMAR!!